Antes de mais nada, deve-se ter em mente que a língua portuguesa ocupa a sétima posição no ranking das línguas mais faladas no mundo com base no número de habitantes de países que a utilizam como língua materna. Entretanto, esse critério é bastante contestável, uma vez que, de acordo com linguístas, o quão similar é o português do Brasil do português de Cabo Verde para que a contagem de falantes no mundo cresça a nosso favor? Isso também acontece com o inglês falado na Escócia e nos Estados Unidos. São a mesma língua ou línguas semelhantes? Enfim, determinar quais são as línguas mais faladas por este critério é complicado, porém, na falta de um melhor, ficamos com esse e sentamo-nos felizes com o resultado, pois quem não gosta de ver seu idioma no top 10 de uma lista?
De acordo com o site Ethnologue - Languages of the World bastante respeitado pela pesquisa em idiomas, cerca de 219 milhões de pessoas, dados do ano de 2017, são falantes nativos de português.
Com a globalização, o mundo foi reconfigurado e, certamente, o português não deve ocupar mais essa posição, caso outras variáveis sejam estabelecidas para a determinação da quantidade de usuários, nativos ou não, em nosso idioma. Mas, de acordo com uma pesquisa publicada pelo site Gama com relação à linguagem mais usada na internet, o português aparece na quinta colocação, com 155 milhões de falantes utilizando o mundo virtual para se comunicar.
O uso da língua portuguesa na internet até que é alto, mesmo considerando a problemática que envolve o "apagão virtual" enfrentado por muitos países lusos, e isso ocorre por vários motivos, seja pela precariedade do governo e do fornecimento de meios de subsistência e humanidade para todos, ou seja pela ganância de outros governos, mancomunados com grandes conglomerados de telecomunicações, que desejam monopolizar o sistema de banda larga com a cobrança absurda de taxas para sua utilização diária. Seja qual for o problema enfrentado pelos países que usam o português ou suas variantes, a ideia de globalização deve ser repensada e o meio de comunicação deve ser oferecido primariamente para a educação, que liberta e cria pensadores.
José Saramago
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