Eu nasci na década de 80, época da hiperinflação brasileira que fazia com que os produtos no supermercado custassem um preço de manhã e outro preço à tarde.
Foto: Capa do jornal Gazeta do Povo de 1º de julho de 1994
Lembro de muitas histórias daquele período, dos supermercados lotados no dia de pagamento, para garantir a compra do mês, das notas de cruzeiro com um carimbo indicando que em vez de dez mil cruzeiros, agora o valor da nota equivalia a dez cruzeiros para evitar que os preços dos produtos custassem milhões.
Era fácil ser milionário, mas o dinheiro não valia quase nada. A inflação média no país era de mais de 230% ao ano. Na década seguinte, a variação anual subiu para 500%.
As causas da hiperinflação brasileira começam nas décadas de 1960 e 1970, quando Juscelino Kubitschek e os governos militares aumentam o gasto público financiado por empréstimos internacionais, que é agravado pela crise do petróleo.
Diversos planos econômicos tentaram conter a inflação, mas sem sucesso. Utilizando congelamento de preços, os governos Sarney e Collor pioram ainda mais a situação.
Até que, finalmente, no governo Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso implementa, com sucesso, o Plano Real.
Em 1º de agosto de 1993, ocorreu a sétima mudança de moeda no Brasil, de cruzeiro para cruzeiro real em uma fase de transição para a adoção do real.
A partir de 28 de fevereiro de 1994, adota-se a URV, unidade real de valor e em 1º de julho de 1994 é lançada a nova moeda, o real (R$), que equivalia a CR$ 2.750,00.
Apesar de valer 83% menos hoje do que na época do lançamento, uma inflação média de 3% ao ano é uma conquista para ser comemorada.
Muito obrigado pela leitura e até a próxima!
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