Talvez os projetos com maiores impactos sociais desenvolvidos no mundo das criptomoedas sejam: o Foldingcoin e Curecoin.
Estes dois projetos remuneram pessoas dispostas a doarem sua capacidade de processamento de seus computadores com criptomoedas.
Introdução
Pesquisas científicas, principalmente voltadas para áreas de medicina, química, física, necessitam de computadores super potentes para serem realizadas. Utilizam cálculos matemáticos que demoram meses ou anos para serem resolvidos.
Juntando diversos computadores em uma rede, a capacidade de processamento se torna exponencialmente maior que dos supercomputadores existentes. Hoje, a maior capacidade de processamento do mundo se concentra na mineração de bitcoins. E porque não usarmos uma parte de todo este potencial para pesquisas científicas? Esse é um dos argumentos da Foldingcoin.
A Foldingcoin foca em pesquisas sobre Alzheimer, Cancer, Zika Virús . Clicando aqui você acessará o site das pesquisas realizadas pelo projeto Foldingcoin, que tem a Universidade de Stanford como grande parceira.
E qual o valor dessas criptomoedas?
Hoje quem compra a Foldingcoin e Curecoin está remunerando as pessoas que doaram sua capacidade de processamento e energia para apoiar as pesquisas. Além disto a pessoa que desejar vender sua “criptofilantropia”, podem contar com a colaboração de outras pessoas que desejem investir e apoiar essas pesquisas. Se cria uma economia colaborativa e/ou filantrópica sensacional!
Mas como poderíamos aperfeiçoar ainda mais estes projetos?
Algo que podemos vislumbrar seria a união destes criptoativos atrelada a um percentual da receita das patentes nascidas dessas pesquisas. Claro que os mineradores dessas moedas não devem receber um grande percentual do valor da patente, porque a resolução do cálculo e fornecimento de processamento é uma pequena parte do processo de pesquisa, embora possa ser uma parte de elevado custo financeiro. Talvez um pequeno percentual de propriedade da patente possa ser dividido entre essas criptomoedas geradas pelo fornecimento do processamento para pesquisa. Algo que poderia desconcentrar a riqueza da área medica, que em sua maioria são centralizadas nos grandes laboratórios.
O que pode ser um grande empecilho é que alguns centros de pesquisas são públicos, e como conseguiríamos autorizações deles para fazermos essa divisão? Algo que deve ser discutidos com esses órgãos.
Problema no Brasil
O Brasil hoje tem o maior computador da América Latina, chamado de Santos Dumont, e que suporta pesquisas de diversas universidades brasileiras, mas devido à crise econômica que aflige nosso país, o governo brasileiro reduziu o orçamento para manutenção de toda infraestrutura. A capacidade de processamento está diminuindo devido ao alto custo de energia, entre outros. O custo de manter este ótimo computador hoje é de 2 milhões de dólares por ano.
A gestão deste computador é centralizada no Governo Federal e talvez, para suprir a deficiência do modelo centralizado, o blockchain se apresenta como uma excelente alternativa para mudar essa realidade. Os modelos FoldingCoin/Curecoin se apresentam como uma grande alternativa para ajudar os pesquisadores brasileiros a continuar suas pesquisas.
Esta alternativa deve ser levada aos Centros de Pesquisas Brasileiros, e me coloco a disposição para realizarmos debates e verificarmos a possibilidade de implementação e desenvolvermos estes projetos que podem gerar patentes de qualidade e impactos sociais positivos em nosso país.
Por @joaolyra
E-mail: joaolyra@id.uff.br
Links relacionados:
Computador Santos Dumont
http://sdumont.lncc.br/index.php
http://www.lncc.br/lncc/supercomputador.php?idt_noticia=988
https://vejario.abril.com.br/cidades/petropolis-recebe-santos-dumont-o-maior-supercomputador-do-brasil/#
https://tecnoblog.net/197542/supercomputador-santos-dumont-desligado-luz/
FoldingCoin e CureCoin
https://curecoin.net/
http://foldingcoin.net/
http://folding.stanford.edu/
Texto disponivel: https://www.blockchainbrasil.org/2017/10/05/blockchain-e-pesquisas-medicas/