Quem me conhece por aqui sabe que recomendei a Digital Innovation One várias vezes como plataforma educacional para você fazer seus cursos gratuitos e progredir na sua carreira. Eu recomendei a plataforma para todos os meus amigos, e recomendava também em todos os meus blogs e redes sociais. Bem, eu não vou mais fazer isso, e já vou explicar o porquê.
Embora a plataforma tivesse alguns problemas, como vídeos com demora para carregamento (que foi corrigido recentemente), uma UI completamente disfuncional, problemas no download de alguns certificados, problemas no carregamento das janelas e vários outros pequenos detalhes, ainda dava para aprender muito com os cursos, e turbinar o currículo legal com os certificados gratuitos. Mas, infelizmente, as práticas esquisitas da empresa começaram a aumentar.
Basicamente, a empresa está mudando, e isso está se tornando ruim para quem, como eu, não tem condições de pagar a assinatura premium. Apesar de terem muito mais conteúdos, a plataforma restringe todos os bootcamps, deixando apenas dois ou três ativos por período, e você só pode fazer um deles. “Ok, justo”, pensei eu, já que eles já tinham muito conteúdo apenas para assinantes, mas mesmo assim isso me incomodava um pouco.
A DIO também tem uma plataforma de contratações e estágios, e seu modelo de negócios antigamente era muito focado em recrutar jovens talentos para grandes corporações, e lucrar no processo. Para garantir o fluxo frequente de novos talentos para dentro da plataforma, a plataforma te recompensava por jovens talentos que você atraísse para ela da seguinte forma: para cada pessoa que você tivesse indicado que conseguisse um emprego na plataforma da DIO, você receberia 500 reais (em dinheiro). Há um ano e meio esse valor caiu para 350, e há alguns meses, sem nenhum aviso prévio, eles simplesmente tiraram essa bonificação. “Ok, direito deles”, pensei, afinal, era um bônus, um valor que eles não eram obrigados a pagar, mas ainda assim era um incentivo a mais para a publicação, e eles podiam pelo menos ter dado um aviso prévio, já que, apesar de nunca ter recebido esse valor, eu recomendava a DIO para todo mundo que eu conhecia, e achei um pouco desrespeitoso fazerem isso. Poderiam ter tirado o bônus e ter dado um mês de DIO PRO para cada pessoa recomendada, ou algo do tipo, que já seria muito proveitoso, e vantajoso para ambos. Mas tudo bem, até porque, como eu disse, nunca tinha ganho um centavo por isso.
Mas a gota da água nessa relação vem agora. O motivo pelo qual eu sempre recomendei a DIO foi justamente a possibilidade de fazer cursos profissionalizantes gratuitamente, e, semana passada, isso foi removido sem aviso prévio. Do meu ponto de vista, isso foi uma facada nas costas, já que eu usava esses cursos para fixar os conhecimentos das aulas, e agora eu vou ter que dar a sorte de ter o curso que eu quero fazer em um dos bootcamps gratuitos (nesse caso, é mais vantajoso eu ficar tentando brincar com a sorte esperando um cupom grátis para a Udemy na Real.discount). As próprias propagandas da DIO eram todas baseadas no “aqui na DIO o aluno não paga para aprender programação” e era a grande vantagem da empresa em relação aos concorrentes, que já são muito bem situados no mercado. Basicamente, a plataforma está tentando ao máximo deixar os usuários freemium sem nenhuma vantagem, e, em um cenário como esse, vale muito mais a pena contratar a Alura, que tem uma metodologia melhor e uma plataforma mais optimizada. Ok, a Alura pode ser muito cara e não ter a parte de contratação, mas, se ver apenas pelo custo-benefício, a única coisa que traz vantagens hoje para a DIO é a imensa quantidade de conteúdo gratuito que oferecem.
Existem muitas outras formas que eles poderiam usar para aumentar sua receita, como colocar pequenas tarjas de propaganda em algum canto da tela, oferecer formações pagas completas online e até acordos com institutos como a Red Hat e a Linux Professional Institute para fornecer conteúdo pago para os estudantes, mas preferiram remover o conteúdo que já estava gratuito e torná-lo pago, o que, sinceramente, é até um pouco ofensivo para mim.
Então, infelizmente, como o único motivo pelo qual eu recomendava era justamente o fato de ser uma plataforma com muitos cursos gratuitos, eu vou parar de recomendar a plataforma. Espero a compreensão de todos.
Claro, ainda vou recomendar outras plataformas, e trazer mais conteúdo profissionalizante, mas, infelizmente, eu me recuso a ajudar com isso. E, novamente, o problema não é eles terem fechado todos os cursos, mas terem feito tudo sem nenhum tipo de aviso prévio ou comunicação com o público e tentarem forçar o sujeito a contratar o plano pago da plataforma. Se tivessem dado um aviso, de 30 dias, por exemplo, eu não teria nem o porquê reclamar, mas isso acabou completamente com meu fim de semana e fez a plataforma perder muita credibilidade comigo.